
Comi um pedaço de bolo no trabalho. Era aniversário de uma colega. De cara pensei "está tudo perdido!" "Vou estragar minha dieta!". Saí do escritório, passei em um Supermercado e comprei doces e sorvetes. Afinal, "perdido por um..." Em casa, devorei tudo isso e muito mais. Dor, culpa, arrependimento e... mais comida. Final de mais uma dieta!" Mais uma frustração, auto-estima lá em baixo! (Depoimento de Maria Lucia, 28 anos)".
Esse relato revela o lado "gordo" de nossa amiga. Sua forma distorcida de avaliar a realidade a levou a ter uma atitude negativa em relação a seu peso e à alimentação. Com certeza, no escritório, todos os colegas comeram uma fatia de bolo. Os de "cabeça magra" voltaram a seu trabalho e não pensaram mais no assunto. Nem ficaram planejando "compensar" o bolo na hora do jantar . Cada qual voltou para sua casa e tocou sua vida.
Já para Maria Lúcia, comer um pedaço de bolo provocou pensamentos automáticos distorcidos, do tipo "está tudo perdido", "estraguei tudo" , por causa de experiências passadas. Foi por causa desses pensamentos que ela acabou se sentindo culpada e perdeu o controle.
Esse tipo de comportamento acaba se tornando automático . E Maria Lucia se comporta assim sem perceber. Aceita, sem qualquer contestação, pensamentos distorcidos como verdadeiros sem se dar conta. Enquanto ela não aprender a "desmontar" esse comportamento, será refém de situações desse tipo. Lembre-se, pensamentos distorcidos geram comportamentos distorcidos e refletem crenças errôneas.
Mas, como desmoronar esse ciclo vicioso? Maria Lucia precisa estar atenta aos primeiros sinais de que a coisa vai acontecer. Para isso deve avaliar como os pensamentos acontecem , perguntando: "O que estou pensando agora?" , "O que se passa em minha mente?" E daí questioná-los. "SERÁ que realmente estraguei tudo? Como posso justificar isso? Bem, comi um pedaço de bolo e acrescentei algumas calorias à minha dieta HOJE, mas, se eu parar agora, não terei estragado nada!" Pronto! Estamos começando a quebrar um jeito de agir e pensar que faz mal. Assim, questionando os pensamentos negativos, podemos aos poucos substitui-los por outros mais lógicos e que podem gerar atitudes mais equilibrados. Entenda: se não me sinto culpado de ter comido um pedaço de bolo, se compreendo que isso não é o caos, posso evitar o ataque de comer.
É a sensação de falta de controle que leva à culpa, que gera ansiedade, que leva à comida e à sensação de falta de controle, que leva de novo à culpa, à ansiedade ...
Temos de romper esse ciclo. No começo do "desmanche" desse comportamento preocupe-se com o processo, não com o resultado. Este virá como conseqüência. Encare os erros como oportunidade de aprendizado, não como fracassos.
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